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Você é supersticioso?

Dificilmente vemos alguém confessar que tem alguma superstição. Até dizem "imagina, isso não existe!". Mas, sendo bobagem ou não, na iminência de algo ruim poder vir a acontecer, há sempre alguém que bata três vezes na madeira e diga "ai, isola!". 
A madeira é, até certo ponto, isolante de eletricidade. Mas, algo deixará de acontecer se eu bater na madeira? 
Certas palavras não devem ser ditas como "azar", não! É "falta de sorte". Hum, quanta diferença com o eufemismo, hem? 
Mas existem pessoas que evitam certas palavras, como se elas fossem responsáveis por graves ocorrências, se as pronunciarmos. Então, dizem "Ih, Fulano está com aquela doença..." Não pode falar o nome... Dá azar? O que acontece? Mas que doença é "aquela doença?! 
Toda doença é ruim até a catapora que eu tive já adulta. Nossa! Falei... Ca-ta-po-ra! Eu não posso ter novamente, então tudo bem.
Eu entendo que certas doenças fazem as pessoas sofrerem demais e ouvir sobre elas traz à lembrança algum sofrimento. Mas, então, o problema está em nós, no que sentimos, não na palavra, que não tem nada com isso. Ao pronunciá-la, somos nós mesmos que imprimimos certa carga negativa naquilo que falamos, mesmo que falemos "naquela doença". É... 
E se formos puxar pela memória, faremos uma lista de superstições incríveis. Gato preto, por exemplo. A maioria das pessoas não gostam deles, coitadinhos. Trazem azar, ou melhor, falta de sorte! Ainda mais se eles passarem na nossa frente. Nossa! Algo terrível pode acontecer. Por que será, hem? Eu já tive um gatinho preto lindo, o Chiquinho. Se ele desse azar, eu não estaria aqui hoje. 
Interessante é que, ao contrário do pobre gato preto, se uma bela borboletinha cruzar sua frente, você terá sorte, algo de muito bom lhe acontecerá. Hum... Será? 
E passar sob uma escada aberta? Também não pode, também traz maus agouros (que palavra feia: a-gou-ro). Bom, até concordo. Eu evito passar numa calçada sob uma delas, já pensou que perigo se ela quebra ou quem está lá em cima derruba algo? Na dúvida, só por isso dou uma desviada. 
Outras coisas trazem maus presságios, como dormir com o guarda-roupa aberto, sapato virado com a sola pra cima. Isso eu também evito, mas é porque eu gosto das coisas em ordem, fazer o quê? 
E entrar nos lugares com o pé direito, por que isso dá sorte? O que o esquerdo tem de errado? Quem disse isso? E abrir a porta para visita, quando ela vai embora? Se você não fizer isso ela não volta. Puxa! Eu nunca faço isso. Até acompanho, mas as pessoas aqui abrem a porta e saem. Nossa! Será que não voltarão? Nunca mais? 
Também não pode pegar o último pedacinho daquele doce que está uma delícia. É o último, não pode. Não é por falta de educação, mas porque assim você não casa. Ih! Será por isso que estou solteira? Talvez seja mesmo é sorte! 
Noivo não pode ver a noiva com o vestido; grávida que não tem seus desejos satisfeitos pode ter um bebê com a cara daquela comida que ela queria tanto. Coitadinho desse bebê!
As pessoas brincam com essas coisas, mas não deixam de ter certa superstição. É tudo muito engraçado mesmo. Mas azar ou sorte não existem. O que existem são nossas ações que podem gerar consequências boas ou ruins. Simples. 
Não podemos jogar a responsabilidade de nossos atos e de nossa forma errada de pensar nas coisas externas que são apenas superstições que em nada interferem em nossas vidas. 
Nossos sentimentos e pensamentos são mais fortes. São eles que nos comandam. Daí a importância de termos a clareza de dirigir a vida com consciência, confiança, seriedade e bom humor, é claro! 
Acredito que existam energias, as que emitimos e as que atraímos, pois isso é uma lei da natureza. Se emito coisas boas estarei cercada de energias boas. E o que aparecer de ruim, precisamos então buscar forças dentro de nós e superar todos os obstáculos. 
Fé, confiança, amor, alegria tornam a vida mais leve. Azar, fracasso, tristeza não existem como estados permanentes da vida, são momentos passageiros, porque se felicidade não é eterna, tristeza também não.
Que tudo seja aprendizado na vida e que lembremos sempre que os responsáveis pelos nossos caminhos e nossas escolhas somos apenas nós.
A propósito, alguém tem um gatinho aí pra me dar? Pode ser preto, sim, sem problemas!

Rita Ribeiro

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